terça-feira, 30 de outubro de 2012

III Mostra de Saúde e Prevenção nas Escolas capacita estudantes


Foto: Divulgação
   Foto: Divulgação




         Ocorre nesta quarta-feira (31), no auditório Dom Antônio Zattera, a III Mostra Municipal do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas, por iniciativa das secretarias municipais de Saúde (SMS) e Educação e Desporto (Smed), em parceria com a Universidade Católica de Pelotas (UCPel). O evento visa a capacitação de estudantes adolescentes e profissionais da rede pública de ensino sobre temáticas que tratam de sexualidade, violência, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), entre outras. Pela manhã haverá a conferência “A cultura da paz: a não violência na escola”, com o promotor da Infância e Juventude, José Olavo Bueno dos Passos, e à tarde oficinas abordarão diversos assuntos – veja programação completa abaixo. A exemplo das edições anteriores, são esperados em torno de 400 participantes, entre os dois turnos.

          José Ricardo Fonseca, do Programa DST/AIDS e Saúde do Homem, da SMS, destaca que os alunos que participem das oficinas poderão atuar como multiplicadores, dentro das respectivas escolas, levando aos colegas os conhecimentos adquiridos. As escolas municipais e estaduais foram orientadas a organizar grupos de dez a vinte alunos, com idade a partir de 12 anos, para assistir às palestras.

          O projeto Saúde e Prevenção nas Escolas foi implantado em 2007 (Decreto nº 6286 de 05/12/2007), pela SMS, por meio do Programa Municipal de DST/AIDS, em parceria com a Smed, 5ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), com o objetivo por promover a saúde sexual e saúde reprodutiva, visando à redução da vulnerabilidade de adolescentes e jovens às doenças sexualmente transmissíveis (DST), à infecção pelo HIV, à AIDS e à gravidez não-planejada, por meio do desenvolvimento articulado de ações entre as escolas e as unidades básicas de saúde.

            O gerenciamento do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas e a organização da Mostra Municipal estão a cargo do Grupo Gestor Municipal, composto por representantes da SMS - Programas de DST/AIDS, Redução de Danos, Saúde da Família, Saúde Escolar e Programa de Prevenção à Violência (PPV); Smed; 5ª CRE; 3ª Delegacia Regional de Saúde; UCPel; Organização da Sociedade Civil (Associação Olojukam, Pastoral de DST/AIDS) e representação dos adolescentes e jovens.

          O auditório Dom Antônio Zattera está localizado no Campus I da UCPel, à rua Félix da Cunha, esquina Três de Maio. A SMS orienta as escolas para que façam as inscrições dos estudantes antecipadamente, pela internet (http://www.pelotas.rs.gov.br/mostra-spe/) ou entre no site da Prefeitura (www.pelotas.rs.gov.br) e clique, ao lado da matéria em destaque, onde diz “FAÇA SUA INSCRIÇÃO Novo III Mostra Municipal do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas”, a fim de evitar a formação de longas filas. Alunos de outros municípios poderão se inscrever na hora.



          Integrados ao projeto Saúde e Prevenção nas Escolas:

Escolas - 83

Unidades Básicas de Saúde (UBSs) - 44

Profissionais de saúde - 66

Profissionais de educação - 134



Programação

Dia 31 de outubro de 2012 - Campus I da UCPel 

 Credenciamento: 8h30min

 Cerimônia de Abertura: 9h - auditório Dom Antônio Zattera

 Conferência: A cultura da paz: a não violência na escola.

          Dr. José Olavo Bueno dos Passos – Promotor da Infância e Juventude.

 Visita aos pôsteres 

 Intervalo – 12h/13h30min 

 Oficinas
Prédio B
Salas
Oficinas – 13h30min às 15h
204
Bullying, o mal social
                       Facilitadora: pedagoga Simone Maraninchi
206
Boca saudável
                     Facilitador: odontólogo Leandro Thurow
208
Viva bem a idade que você tem
            Facilitadoras: enfermeiras Lenice Quadros e Caroline Kroning
213
Discutindo gênero na escola
                     Facilitadora: psicóloga Maria Rita Tavares
215
Na trama do corpo
                             Facilitadora: enfermeira Lílian Rubira
402
Escola, sexo e vulnerabilidades para as DST
                         Facilitadora: enfermeira Ana Casalinho
Intervalo – 15h às 15h30min
Salas
Oficinas  – das 16h às 17h30min
204
Gravidez na Adolescência
                            Facilitadora: enfermeira Lílian Rubira
206
Drogas: educação e prevenção
                             Facilitador: psicóloga Gabriela Haack
208
Alimentação e Nutrição
                   Facilitadora: nutricionista Cristina Bossle de Castilhos
213
 Saúde do Adolescente
                         Facilitadora: enfermeira Daniela Marcant
215
Saúde & Educação: fortalecendo relações.
                               Trabalho: psicóloga Doris Noronha

Depressão

Depressão é uma palavra freqüentemente usada para descrever nossos sentimentos. Todos se sentem "para baixo" de vez em quando, ou de alto astral às vezes e tais sentimentos são normais. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma fazem mais mal do que bem, são incompreensivos e talvez até egoístas. O amigo que realmente quer ajudar procura ouvir quem se sente deprimido e no máximo aconselhar ou procurar um profissional quando percebe que o amigo deprimido não está só triste.
Uma boa comparação que podemos fazer para esclarecer as diferenças conceituais entre a depressão psiquiátrica e a depressão normal seria comparar com a diferença que há entre clima e tempo. O clima de uma região ordena como ela prossegue ao longo do ano por anos a fio. O tempo é a pequena variação que ocorre para o clima da região em questão. O clima tropical exclui incidência de neve. O clima polar exclui dias propícios a banho de sol. Nos climas tropical e polar haverá dias mais quentes, mais frios, mais calmos ou com tempestades, mas tudo dentro de uma determinada faixa de variação. O clima é o estado de humor e o tempo as variações que existem dentro dessa faixa. O paciente deprimido terá dias melhores ou piores assim como o não deprimido. Ambos terão suas tormentas e dias ensolarados, mas as tormentas de um, não se comparam às tormentas do outro, nem os dias de sol de um, se comparam com os dias de sol do outro. Existem semelhanças, mas a manifestação final é muito diferente. Uma pessoa no clima tropical ao ver uma foto de um dia de sol no pólo sul tem a impressão de que estava quente e que até se poderia tirar a roupa para se bronzear. Este tipo de engano é o mesmo que uma pessoa comete ao comparar as suas fases de baixo astral com a depressão psiquiátrica de um amigo. Ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.
Como é? 
Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de tristeza, passando pelos pensamentos negativos até as alterações da sensação corporal como dores e enjôos. Contudo para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais:
  • Perda de energia ou interesse
  • Humor deprimido
  • Dificuldade de concentração
  • Alterações do apetite e do sono
  • Lentificação das atividades físicas e mentais
  • Sentimento de pesar ou fracasso
Os sintomas corporais mais comuns são sensação de desconforto no batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. Períodos de melhoria e piora são comuns, o que cria a falsa impressão de que se está melhorando sozinho quando durante alguns dias o paciente sente-se bem. Geralmente tudo se passa gradualmente, não necessariamente com todos os sintomas simultâneos, aliás, é difícil ver todos os sintomas juntos. Até que se faça o diagnóstico praticamente todas as pessoas possuem explicações para o que está acontecendo com elas, julgando sempre ser um problema passageiro.
Outros sintomas que podem vir associados aos sintomas centrais são: 
  • Pessimismo
  • Dificuldade de tomar decisões
  • Dificuldade para começar a fazer suas tarefas
  • Irritabilidade ou impaciência
  • Inquietação
  • Achar que não vale a pena viver; desejo de morrer
  • Chorar à-toa
  • Dificuldade para chorar
  • Sensação de que nunca vai melhorar, desesperança...
  • Dificuldade de terminar as coisas que começou
  • Sentimento de pena de si mesmo
  • Persistência de pensamentos negativos
  • Queixas freqüentes
  • Sentimentos de culpa injustificáveis
  • Boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite, insônia, perda do desejo sexual
Diferentes tipo de depressão
Basicamente existem as depressões monopolares (este não é um termo usado oficialmente) e a depressão bipolar (este termo é oficial). O transtorno afetivo bipolar se caracteriza pela alternância de fases deprimidas com maníacas, de exaltação, alegria ou irritação do humor. A depressão monopolar só tem fases depressivas. 
Depressão e doenças cardíacas
Os sintomas depressivos apesar de muito comuns são pouco detectados nos pacientes de atendimento em outras especialidades, o que permite o desenvolvimento e prolongamento desse problema comprometendo a qualidade de vida do indivíduo e sua recuperação. Anteriormente estudos associaram o fumo, a vida sedentária, obesidade, ao maior risco de doença cardíaca. Agora, pelas mesmas técnicas, associa-se sintoma depressivo com maior risco de desenvolver doenças cardíacas. A doença cardíaca mais envolvida com os sintomas depressivos é o infarto do miocárdio. Também não se pode concluir apressadamente que depressão provoca infarto, não é assim. Nem todo obeso, fumante ou sedentário enfarta. Essas pessoas enfartam mais que as pessoas fora desse grupo, mas a incidência não é de 100%. Da mesma forma, a depressão aumenta o risco de infarto, mas numa parte dos pacientes. Está sendo investigado.
Depressão no paciente com câncer
A depressão costuma atingir 15 a 25% dos pacientes com câncer. As pessoas e os familiares que encaram um diagnóstico de câncer experimentarão uma variedade de emoções, estresses e aborrecimentos. O medo da morte, a interrupção dos planos de vida, perda da auto-estima e mudanças da imagem corporal, mudanças no estilo social e financeiro são questões fortes o bastante para justificarem desânimo e tristeza. O limite a partir de qual se deve usar antidepressivos não é claro, dependerá da experiência de cada psiquiatra. A princípio sempre que o paciente apresente um conjunto de sintomas depressivos semelhante ao conjunto de sintomas que os pacientes deprimidos sem câncer apresentam, deverá ser o ponto a partir do qual se deve entrar com medicações.
Existem alguns mitos sobre o câncer e as pessoas que padecem dele, tais como"os portadores de câncer são deprimidos". A depressão em quem tem câncer é normal, o tratamento da depressão no paciente com câncer é ineficaz. A tristeza e o pesar são sentimentos normais para uma pessoa que teve conhecimento da doença. Questões como a resposta ao tratamento, o tempo de sobrevida e o índice de cura entre pacientes com câncer com ou sem depressão estão sendo mais enfocadas do que a investigação das melhores técnicas para tratamento da depressão.
Normalmente a pessoa que fica sabendo que está com câncer torna-se durante um curto espaço de tempo descrente, desesperada ou nega a doença. Esta é uma resposta normal no espectro de emoções dessa fase, o que não significa que sejam emoções insuperáveis. No decorrer do tempo o humor depressivo toma o lugar das emoções iniciais. Agora o paciente pode ter dificuldade para dormir e perda de apetite. Nessa fase o paciente fica ansioso, não consegue parar de pensar no seu novo problema e teme pelo futuro. As estatísticas mostram que aproximadamente metade das pessoas conseguirá se adaptar a essa situação tão adversa. Com isso estas pessoas aceitam o tratamento e o novo estilo de vida imposto não fica tão pesado.
A identificação da depressão
Para afirmarmos que o paciente está deprimido temos que afirmar que ele sente-se triste a maior parte do dia quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas atividades que apreciava, não consegue ficar parado e pelo contrário movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para que possamos dizer que o paciente está deprimido.
Causa da Depressão
A causa exata da depressão permanece desconhecida. A explicação mais provavelmente correta é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Esta afirmação baseia-se na comprovada eficácia dos antidepressivos. O fato de ser um desequilíbrio bioquímico não exclui tratamentos não farmacológicos. O uso continuado da palavra pode levar a pessoa a obter uma compensação bioquímica. Apesar disso nunca ter sido provado, o contrário também nunca foi.
Eventos desencadeantes são muito estudados e de fato encontra-se relação entre certos acontecimentos estressantes na vida das pessoas e o início de um episódio depressivo. Contudo tais eventos não podem ser responsabilizados pela manutenção da depressão. Na prática a maioria das pessoas que sofre um revés se recupera com o tempo. Se os reveses da vida causassem depressão todas as pessoas a eles submetidos estariam deprimidas e não é isto o que se observa. Os eventos estressantes provavelmente disparam a depressão nas pessoas predispostas, vulneráveis. Exemplos de eventos estressantes são perda de pessoa querida, perda de emprego, mudança de habitação contra vontade, doença grave, pequenas contrariedades não são consideradas como eventos fortes o suficiente para desencadear depressão. O que torna as pessoas vulneráveis ainda é objeto de estudos. A influência genética como em toda medicina é muito estudada. Trabalhos recentes mostram que mais do que a influência genética, o ambiente durante a infância pode predispor mais as pessoas. O fator genético é fundamental uma vez que os gêmeos idênticos ficam mais deprimidos do que os gêmeos não idênticos.
Última Atualização: 8-10-2004
Ref. Bibliograf:
 Liv 01 Liv 19 Liv 03 Liv 17 Liv 13 Eur. Psychiatry 2001; 16: 327-335
Relapse and Recurrence Prevention in Major Depression
JG storesum
J Psychiatry Res. 2000; 48: 493-500
Severe Depression is Associated with Markedly Reduced Heart Rate?
Phillis K Stein Psychiatry Research 2001; 104: 175-181
Symptoms of Atypical Depression
Michael Posternak

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Outubro Rosa e Novembro Azul


O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa remete à cor do laço que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. A inciativa começou nos Estados Unidos, com ações isoladas referentes ao câncer de mama e mamografia no mês de outubro. Posteriormente, houve a aprovação do Congresso Americano que tornou outubro o mês americano de prevenção do câncer de mama.
A história do Outubro Rosa remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosafoi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990 e, desde então, promovida anualmente na cidade. 
A ação de iluminar de rosa monumentos, prédios públicos, pontes, teatros e etc surgiu posteriormente como uma forma prática para que o Outubro Rosa tivesse uma expansão cada vez mais abrangente para a população e que, principalmente, pudesse ser replicada em qualquer lugar, bastando apenas adequar a iluminação já existente. A popularidade do Outubro Rosa alcançou o mundo de forma bonita, elegante e feminina, motivando e unindo diversos povos em torno da causa. Isso faz que a iluminação em rosa assuma importante papel, pois tornou-se uma leitura visual, compreendida em qualquer lugar no mundo. 
   Após o Outubro Rosa, mais um importante passo inicia pela prevenção. O foco passa a ser contra o câncer de próstata. Seguindo exemplo, o Novembro Azul integra a programação mundial para conscientizar o sexo masculino nos aspectos da prevenção da doença. Em menos de 30 anos, a taxa de mortalidade nos homens brasileiros por câncer de próstata aumentou mais de 95% e é o segundo câncer mais comum entre os homens, sendo o primeiro o de pele não melanoma. Conforme o Ministério da Saúde, são mais de 50 mil casos novos todo ano, com o número de mortes ultrapassando os 12 mil registros. O mês ainda tem um reforço nessa luta: 17 de novembro é o Dia Nacional de Combate ao Câncer de Próstata.
Se o Outubro Rosa remete à cor do laço que simboliza, internacionalmente, a ação é contra o câncer de mama, no Novembro Azul, o bigode entra em cena. A fundação Movember promove um evento para conscientização e arrecadação de fundos para a luta contra o câncer de próstata e outras doenças masculinas. O nome da entidade é uma brincadeira com as palavras “moustache” ou “mo”, “bigode” em inglês, e o nome do mês.
 
Participantes cadastrados no site da Movember fazem uma espécie de maratona do bigode, e podem fazer upload de fotos que registram o progresso de seus pelos faciais e histórias relacionadas a eles. As regras exigem que os participantes estejam totalmente barbeados no dia 1º e cultivem o bigode do “zero”. Não são aceitos barba e cavanhaque. Desde o início da semana, o Instagram também está cheio de fotos de participantes em vias de ficarem bigodudos (foto acima). Basta dar uma busca por #movember.
O evento aconteceu pela primeira vez em 1999 na Austrália. A fundação existe desde 2004 e hoje conta com a adesão de instituições nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Dinamarca, Espanha e Grécia, entre outros países.
 
A iluminação rosa em monumentos, prédios públicos, pontes, teatros e etc durante o mês voltado à prevenção feminina volta para o Novembro Azul, apenas com a mudança na cor. O objetivo é facilitar uma leitura visual, compreendida em qualquer lugar no mundo.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Agentes comunitários de saúde podem ser dispensados de morar na mesma comunidade em que atuam


O fim da exigência de que o agente comunitário de saúde resida na área da comunidade em que atuar é uma das mudanças determinadas pelo PLS 352/2012, do senador Sérgio de Souza (PMDB-PR). Pelo projeto, será exigido apenas  que o profissional more no município de sua atuação.


A Lei 11.350/2006, que dispõe sobre o aproveitamento e admissão dos agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias, determina como requisito para o exercício da atividade que esses profissionais residam na área da comunidade em que vão atuar, desde a data da publicação do edital do processo seletivo público.


De acordo com Sérgio Souza, a determinação representa um entrave à contratação de pessoas realmente qualificadas para exercer a atividade. Ele acredita “ser mais do que suficiente” que o agente comunitário de saúde resida na área do município onde vai trabalhar.


“A determinação de que o agente comunitário de saúde deva residir na área da comunidade em que atuar não faz mais sentido. Por isso, defendemos que qualquer pessoa qualificada tenha o direito de participar do processo seletivo e a atuar na comunidade, ainda que não viva nela”, diz.


O senador também considera que os municípios, como responsáveis diretos pela contratação desses agentes, deveriam ter o direito de legislar acerca do tema conforme suas necessidades.


“No âmbito de um regime federativo como o nosso, a tentativa de legislar sobre tal matéria por meio de lei federal traz conflitos e ambiguidades difíceis de serem solucionadas”, comenta.


O PLS 352/2012 está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aguardando recebimento de emendas. Após ser examinada pela CCJ, a matéria seguirá para a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde receberá decisão terminativa.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

1.Agentes de saúde precisam identificar transtorno mental Estudo realizado no Ceará verifica falta de linguagem comum na equipe para identificação do problema


Rita Stella, da 
Ribeirão Preto - Para que um usuário do Programa “Estratégia Saúde da Família” tenha acesso a tratamento na área de Saúde Mental, é essencial a identificação da doença pelo Agente Comunitário de Saúde. Entretanto, segundo pesquisa na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, falta uma linguagem comum à equipe para que a doença seja identificada com mais facilidade.
O estudo foi realizado pela enfermeira Tatiana Maria Coelho Veloso com 16 profissionais vinculados à equipe de Estratégia da Saúde da Família na Unidade Básica de Saúde, da cidade de Guaiúba, Ceará, entre janeiro e fevereiro de 2011. Ela identificou e analisou as ações de saúde mental desenvolvidas por profissionais da equipe, entre eles, médico, enfermeiro, dentista e agentes comunitários.
Chamou a atenção da pesquisadora repetição constante do uso de psicotrópicos e da consulta médica como aspectos centrais da assistência em saúde mental. Ela explica que não “questiona a importância dessas condutas, mas a exclusividade delas como forma de cuidado”.
Diferentes identificações
Entre as diferentes formas utilizadas para a identificação do transtorno mental, ela verificou que alguns profissionais se baseavam na observação da manifestação comportamental, enquanto outros faziam o diagnóstico pela utilização de medicamentos psicotrópicos. Segundo a pesquisadora, essas informações são frágeis para a identificação do transtorno, pois está no contato com o paciente e sua família o êxito das ações de saúde mental, “mas é preciso melhorar o processo de identificação e para isso falta uma linguagem comum à equipe”, relata Tatiana.
Os Agentes Comunitários de Saúde foram citados como importantes na identificação e acolhimento inicial do sofrimento mental, uma vez que integram a comunidade atendida. Apesar disso, dificuldades nessa relação do agente com a comunidade foram observadas pelo estudo. Tatiana comenta que algumas famílias podem apresentar resistência quanto ao papel do agente.